sábado, 30 de maio de 2009

CAMBÖ


Aproximadamente a um mês atrás, um amigo de longa data me veio com uma idéia de que no sábado seguinte eu não poderia perder o CAMBÖ! Que coisa maluca pensei, o que será isso? Por alguns contratempos acabei não indo, e fiquei naquela curiosidade, sabe aquela bem feminina, que é um dom apenas nosso.

Novo Convite, Nova data, a galera antenada só falava no tal do CAMBÖ! Só para explicar o que você deve estar se perguntando, O que é esse tal de CAMBÖ?

Pois Bem, a resposta: CAMBÖ, não é uma coisa só, CAMBÖ é: Samuel Lupião - Bateria, Percussão e Vocal, Rafa Fuca - Baixo, Pandeiro,André Ramos - Guitarra,Dalua - Flauta Transversal, Violão, Viola e Voz e Douglaz Eleutério - Violão, Percussão e Voz...

Explicado? Espero que sim, mas pra mim, foi só mais uma pulguinha colocada atrás da orelha e lá fomos nós pro Espaço Artaud,onde Celebreiros não faltam!

Claro que com tanta curiosidade não estava sozinha, e de repente....CAMBÖ!

Os queixos não foram ao chão pq sabemos que é pura expressão popular!

Um som que contagiava todo mundo, a menininha lá de trás logo gritou, Não Para, com vozinha angelical, achei bárbaro, porém, a nossa atenção estava voltada ao nosso amigo mais recente, o que levamos esperando um susto ou um levantar repentino, e no mais, BÁRBARO!-nosso amigo acrescentou...

E daí foi um embolado de samba,reggae,blues,rock,percussão,ciranda,poesia e o mais, mais do show a espontaneidade desses meninos/homens, cada um no brilhar de sua idade, com uma técnica digna de Hendrix, para não falar da nossa réplica caiçara do mesmo, que você só conhece assistindo!

CAMBÖ...é o princípio, e só pode mesmo ser o príncipio de tudo que ainda vem por aí.

O conforto foi imenso, suspiros e sorrisos, nossa cidade ainda esconde tesouros que a maldição do cunhambebe não atingiu!

Já vi muita música e arte no meu caminho, mas esse show me deixou realmente extasiada, a vontade era pular da cadeira e ocupar os corredores em volta, o que era nítido em todos os pé lá presentes.

A mistura se fez tão bela e homogênea, que natureza, a liberdade e a paixão por tudo que ali apresentavam era contagiante.

Daluá, que a mestra Marilena diz não ser daqui, achamos mesmo não ser, sua voz se iguala a rajadas de vento que adentra nossos ouvidos e nos guia ao espaço sideral, na companhia da doçura de sua flauta,Douglaz Eleutério não fica distante com sua irreverência e espontaneidade,além da voz rasgada à la Chico Science,o Rafael Fuca não deixa por menos no contágio que nos proporciona seu contra-baixo e na euforia com que ginga seu pandeiro,o mais tímido segundo nos foi dito Samuel Lupião, transforma cada toque em sua bateria em melodia e marcação,guiando o contexto da alegre "brincadeira" que contém tanta seriedade que encanta e por fim,André Ramos que conversa tão harmoniosamente com sua guitarra que a mesma dá a impressão de possuir vida própria, esse é o CAMBÖ, mais uma invenção 100% caiçara que veio para abalar a estrutura e criar um novo conceito musical na Terra que diferente do que muitos pensam, tem solo fértil para se plantar aquilo que se é regado com determinação e muito talento!


Parabéns pela iniciativa!


quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pesquisa Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento-Operação Ubatuba

Em 1965, com o intuito de trazer novos saberes aos moradores do município de Ubatuba, surge a idéia de realizar a Operação Ubatuba, onde intelectuais da época decidiram com o apoio de diversas instituições, montar acampamentos em bairros estratégicos do município para contribuir com a socialização dos moradores de bairros de difícil acesso. No município os idealizadores contaram com o apoio do prefeito da época, Ciccillo Matarazzo, que embora tenha recebido o veto da câmara municipal por motivos financeiros, persistiu com a idéia de apoiar e realizar tal operação. A Operação realizou-se em bairros retirados e de difícil acesso, onde os estudantes convidados para alfabetizar os “caiçaras” chegavam de canoa ou por trilhas. Durante a pesquisa usamos entrevistas com moradores locais e sujeitos influentes da época, leitura e fichamento de livros ligados ao assunto e jornais que continham noticias da Operação. Com as entrevistas podemos constatar que tal fato, pode ser visto de dois olhares distintos: de um lado uma sociedade caiçara, considerada precária, porém dotada de sua própria inteligência, vivendo em suas vilas e bairros, em um contexto socialista, vivendo à base de troca de mercadorias, explorando apenas o suficiente para a sobrevivência de si mesmo e seus familiares. De outro, estudantes e intelectuais, vindos da maior cidade do país, São Paulo, com o intuito de trazer a razão a um povo, considerado por eles “à margem da sociedade”. Descobrem-se então necessidades distintas, no momento em que povos diferentes passam a conviver juntos, conta-se até que a emoção muitas vezes tomava conta dos estudantes que vieram para dar auxilio aos caiçaras, quando esse povo da terra, tendo perdido as esperanças de ter acesso ao conhecimento culto, se deparava com tal oportunidade batendo à sua porta. Tal Operação, mostra-se não tratar apenas de mais um feito de Ciccillo Matarazzo, “O Mecenas”, e sim uma teia de realizações e acontecimentos, envolvendo nada mais , nada menos que as mais complexas criaturas, as da raça humana, cada uma com sua cultura, e seus valores, juntando, separando e trocando, para que fosse então alcançada pelos caiçaras uma forma mais digna de pertencer ao sociedade. Entre os moradores do município, inclusive os mais influentes, tal acontecimento levaria a “Civilização” para os cantos mais afastados, civilização que viria da forma mais simples, dando visão a um caiçara através dos óculos e dignidade ao pescador, quando o mesmo, aprendeu a ler, segundo ele: Para não mais ser enganado.


Introdução/Revisão da Literatura

Os pés calços na areia
Pegadas nas perpetuas ondas que
Arfando e rangendo e chiando
Vislumbram irem adiante,
Corroendo pedras e cavando montanhas.
As raízes nos mangues lodos e
As flores nos paus macios.
Canivetes criando os santos
Mudos em seus mundos planos e olhares frios
-mesinhas com paninhos de borda rendada-
As chamas e os ventos, as velas e os remos.
Lá vão todos para nunca mais...
Restaram as chuvas e
Suas gotas no fim do telhado e
Seus buracos feitos no chão.
Já não há silencio!
Como as noites velando mães pretas,
Como os nós nos dedos enlaçados.
E nem há amores, com a doçura das santas D´ores!
Como a palavra dita e bem dita, e até não dita,
Do pobre homem.
E as crianças, arrelá!
Quem dera meu Deus,
Exista uma apenas, apenas uma que do pé de condessa
Caia e sare!
Cruzando facas ou casando-se-diziam sarar-,
Mas já não há!
(Bado Todão)

O poema acima elucida o povo encontrado no município de Ubatuba sob o olhar de um caiçara poético, para os idealizadores da Operação, o que tínhamos era um povo carente de instrução. Segundo Fiovo Frediani, um dos entrevistados e vereador na gestão de Ciccillo: Os participantes da Operação, foram como pais para os caiçaras, ensinaram a eles coisas que a muitas gerações eles haviam deixado de lado, noções de higiene, por exemplo, além disso, muitos deixaram de morrer, devido ao fato de usarem apenas ervas medicinais para a cura, e após isso tinham respaldo cientifico para o uso de remédios e até conhecimento para cruzar trilhas e mar, para chegar ao centro do município, buscando ajuda a um doente.
Embora o Golpe Militar tenha acontecido meses antes do inicio da Operação, que durou de janeiro a fevereiro de 1965, nada afetou no município, segundo contam os entrevistados, o mínimo que trouxe ao município foi ordem, pois os poucos que moravam no centro de Ubatuba e possuíam radio ou TV, tinham receio do que ouviam.
O contexto político era de “altos e baixos”, a Câmara Municipal apenas se deu conta do desenvolvimento que Ciccillo buscava, quase ao fim de seu mandato, a Operação, por exemplo, foi vetada por falta de verba, o Legislativo, não discordava da realização, porém para eles, o patrocínio deveria vir do Governo do Estado, instituições e mesmo do privado, e realmente foi o que ocorreu, tanto que a “Fotoptica” mandou de São Paulo, óculos gratuitos aos caiçaras.
Ubatuba, na época, era considerada ainda um município em desenvolvimento, a luz ainda estava chegando, as escolas eram poucas, e em sua gestão Ciccillo construiu a maior que existe até os dias atuais e hoje pertence aos Estado, o Colégio Capitão Deolindo de Oliveira Santos, localizado ao Centro da Cidade.
Como as idéias para alfabetizar, vinham do universo dos moradores locais, em relatos, descata-se uma jovem professora que não contem a emoção ao ensinar uma senhora a escrever a palavra “panela”, a prova de que eles trouxeram desenvolvimento, ficou claramente estampada no rosto de cada um dos 300 alfabetizados. Segundo a maioria deles, a emoção tomava conta do momento, era um passo para deixar os bairros mais afastados e ir atrás de um futuro mais digno, tanto que após a Operação, muitos caiçaras venderam suas casas e mudaram-se para o centro do município. Prova de tal fato, é hoje a existência da “Ilha dos Pescadores”, localizada no centro do município, onde o meio de subsistência é a pesca e perto de casa no chamado “Mercado de Peixe”, eles podem vender sua mercadoria.
Releva-se o fato de que, quem na verdade veio apenas para ensinar, pôde aprender com o caiçara, traços de sua cultura, sua musica, dança e costumes.



Material e Métodos
Os métodos utilizados partiram do principio das pesquisas de campo, com entrevistas, visitas aos bairros, consultas ao banco de dados do Jornal Folha de São Paulo, alem da averiguação, de possíveis exemplares de jornais locais do município de Ubatuba, no período em que a Operação realizou-se, e também leitura e fichamentos de livros recomendados pelo orientador.
Como material, alem dos livros, utilizou-se gravadores para o registro das entrevistas e maquina fotográfica para o registro das mesmas. Do banco de dados da Folha de São Paulo, obteve-se cinco exemplares do jornal, que continham informações sobre a Operação Ubatuba, do começo ao fim da mesma. Poucas informações puderam ser colhidas nos bairros e os jornais locais ainda não puderam ser localizados, pois o município não possui um acervo com os exemplares.

Resultados
Durante a pesquisa pôde-se contar a muitos moradores e relembrar aos que vivenciaram o contexto sócio-político em questão, resgatando juntamente a tais memórias a cultura caiçara, com seu modo único de vida, tendo como resultado parcial o resgate de um acontecimento adormecido e encoberto pela areia de bege espalhada ao longo das praias, que tem a dança dominada pelo tempo. Houve também, de certo modo, uma mobilização entre caiçaras e agregados, caiçaras por consideração e vivencia, para entre si resgatar em memória o contexto em que a Operação se realizou de fato que as idéias mais interessantes, foram aquelas que possuíam mais idade, tais idéias vieram de ilustres idosos do município, e despertaram também a curiosidade e interesse dos mais novos que a pouco chegaram.

Discussão
Se de inicio o interesse era pelas belas paisagens existentes nos bairros onde a Operação ocorreu, durante os dois meses que aqui passaram os estudantes e idealizadores, encantaram-se pelos moradores e sua cultura. De certo modo questões políticas envolviam o acontecimento, mas algo “mágico” envolvia a Operação, infelizmente a mesma durou apenas dois meses, sem continuação, o que para muitos a mostrou ineficaz, alegando que depois que foram embora muitos voltaram à vida de antes e desaprenderam a ler porem a maioria, mostrou plena satisfação, pois aprendeu a ler e lidar com números. De forma alguma, como era citado, os caiçaras estavam à beira da sociedade, pois tudo isso envolvia o próprio processo de desenvolvimento do município de Ubatuba, o povo residente no município não se diferenciava dos de inúmeras vilas caiçaras ao longo do país, apenas tinha seu modo próprio de fala, como trocar “coitado”, por exemplo, por “arrelá” e ainda possuir fortes traços do português lusitano, misturando expressões indígenas, e se o povo do município, mesmo que em bairros afastados estava à margem da sociedade, Ubatuba, mesmo com Ciccillo o acompanhava, portanto, o que se pode afirmar era que como o município de Ubatuba, o caiçara estava em processo de desenvolvimento, o que de forma benéfica pôde ser acelerado, se não auxiliado, pelos participantes da Operação Ubatuba.
Segundo os vereadores entrevistados, que estiveram na gestão de Ciccillo, infelizmente tal Operação apenas aconteceu, deixou apenas marcas naqueles que dela participaram, porém, no município nada ficou documentado, e ao fim o único registro foram as matérias no Jornal: Folha de São Paulo, e embora possua sua eficácia não mais se ouviu falar em tal Operação. O que de certo modo perdurou foi a adoração dos paulistas para com o município e suas praias, muitos que aqui estiveram com certeza voltaram, Ewaldo Dantas e Alzira Teixeira, idealizadores, possuem imóveis e seus filhos residem no município.


Conclusão
Infelizmente, a Operação durou apenas o tempo previsto, pois segundo consta no Jornal:Folha de São Paulo, era apenas uma experiência piloto, que tinha como objetivo conter o subdesenvolvimento, tendo a educação como arma. Durante as pesquisas de campo, podemos constatar, que muitos ainda vivem em bairros afastados, o que de certo modo não acontece apenas no municipio de Ubatuba.
A Operação mostrou que grandes mudanças devem vir de forma “serena”, respeitando o eu de cada sujeito, exaltando cada cultura e mesclando-as, a fim de dar oportunidades, se não, possibilidades da existência de um tipo de igualdade entre os seres humanos, complexos, porém, dotados de emoção e razão, sentimentos que andam próximos, ou até mesmo, um ao lado do outro, esperando que seu companheiro lhe seda o espaço.

Análise Semiótica: Metade -Oswaldo Montenegro

Analisar a poesia Metade de Oswaldo Montenegro, envolve conceitos mil, nesta tarefa busquei traduzir cada estrofe, cada trecho, para quem sabe melhor entendê-la.

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
(Em muitos momentos de nossa vida,no cotidiano ou em situações novas, deixamos muitas vezes de continuar e de buscar aquilo que temos por anseio,pela força do medo que temos, pelo tanto de covardia que possuímos.O remedio? ARRISCAR! )
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
(Certa vez ouvi dizer que devemos temer não o barulho dos maus, e sim o silêncio dos bons, portanto, neste sentido creio temer que a bondade em que acreditamos e a justiça pela qual vivemos,seja morta pelo tampão que nos dão no ímpeto de dominar as opiniões e idéias.)
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
(É este o silêncio que amedronta!)
Que a música que ouço ao longe seja linda, ainda que triste.Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
(Esse trecho é uns do que mais admiro, senão aquele que mais acho digno de admiração, nele o autor conclui o quanto a vida é feita de momentos, momentos saudosistas, momento construidos de tempo em tempo, sendo assim,o humano em sua essência constitui-se do que foi e do que será!)
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
(Em determinados momentos de nossas vidas, constatamos que muitos nos ouvem, com tal admiração e se acham incapazes de toda e qualquer opinião, portanto ao longo de meu caminho,conclui e passo a diante o fato de preferir uma crítica, que dará vida a novas premissas, do que ser dona da razão, e fazer com que repitam, copiando a mim, revivendo coisas que não pretendo reviver!)
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
(Sábio é aquele que sabe se defender, mas mais sábio é aquele que guarda os tijolos e constrói seu castelo interno!)
Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
(Quantas vezes pensamos em ir, deixando tudo para trás, sem pretenção de olhar para aquilo que se construi, para aquilo que já está acontecendo, e em outras situações quando voos pretendemos alçar e muitas vezes não possuimos asas, porém, como tudo nessa vida se ainda não as possuimos, vale buscá-las, se não asas, pés no chão para que aqui onde estás, tudo se realize!)
que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
(A tensão que nos corrói é de certo modo a linha tênue, entre a razão e a emoção, entre o querer e o poder, o poder e todo o seu querer, se metade nossa é o que pensamos, é simplesmente porque a outra metade é o vulcão que não podemos deixar entrar em erupção, muito menos deixá-lo secar!)
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
(Não pode-se falar em solidão quando ama-se a si mesmo, quem não suporta a si mesmo, tão pouco terá as minimas condições para amar o outro!)
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembrode ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que já fui, a outra metade eu não sei...
(Novamente o autor retoma um conceito de lembrança, que busca algo que ele inconscientemente já foi, portanto deve-se considerar que o que se foi é o que o torna: SER, ser aquilo que ainda não se sabe ser.)
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
(Trecho que em minha opinião, menos é digno de uma opinião, tão nítido e por menor que seja tão completo, e de certo modo tão simples.)
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
(Nada mais constante e significativo do que um olhar, seja de quem for, ao menos que haja cumplicidade!)
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
(A afirmação mais simples e mais complexa, fazendo-se assim a mais incoerente, o cansaço faz com que a sociedade, se envolva em seu próprio casulo, colocando-se dentro de si mesmo, sem olhar em volta. Já andou de mêtro em São Paulo?)
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba,e que ninguém a tente complicar, porque é preciso simplicidadepara fazê-la florescer.Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
(Tão fácil e belo entender a arte, para aqueles que não tentar complicar a ação da vida, o curso natural das coisas, vemos atualmente a alienação para com a indústri cultural, talvez devemos entender que Big Brothe não é o mesmo que arte! E que a metade nossa que se figura em canção, seja ao menos de bom gosto!)
E que minha loucura seja perdoada.
(Toda loucura é um tanto sensata e toda sensatez se atribui um tanto a loucura!)
Porque metade de mim é amor e a outra metade...Também.
(A Frase final, nos mostra um ser inundado de sentimento, sentimento escasso na sociedade atual, porém vivido e revivido diariamente, todo nós, por mais que não queíramos, somos constituidos em amor, amor que pode talvez ser transfigurado em recentimento ou dor, mas no mais é apenas amor.)

Oswaldo Montenegro
Análise: Sofia Szenczi

terça-feira, 26 de maio de 2009

A Marselhesa Brasileira


A “Marselhesa brasileira” era a musica de Geraldo Vandré, proibida pela censura, mas quem proíbe aquilo que invade a mente e o coração?
Os jovens caminhavam e cantavam, seguindo o ritmo da mudança, buscando a igualdade mesmo que seus braços estejam juntos, ou não. Em todos os lugares, suportando as dores, os desaparecimento, com a arte, a musica que estancava um pouco essa dor. Chamavam uns aos outros, na busca pelo saber, fazendo ou mesmo tentando fazer a hora da mudança, não esperando que isso tudo, do nada acontecesse. Viam ainda as flores que podiam encontrar, tendo-as como um sopro de esperança, esperança de usá-las como armas, vencendo os grandes canhões, as chuvas de tiro, fazendo a própria hora, o próprio momento. Convivendo em todos os momentos com soldados armados, ensinados a morrer pela pátria com uma vida sem razão, matar sem razão, torturar sem razão, e eles esperavam, esperavam aquilo o que os jovens buscavam. Calados! Calados! Que fiquem calados, ou que nos de sua própria vida, assim era a ditadura, mas a certeza do futuro, com a historia nas mãos, aprendendo pela dor e ensinando pelo amor, pela luta, uma luta limpa, uma luta ideológica, pois como dizia Victor Hugo: “Podemos resistir à invasão de exércitos, mas não à invasão de idéias”.
“Nós estávamos dispostos a morrer, e morremos”
(César Queirós Benjamin, Cesinha apud VENTURA, 1989, p.43).