Apenas alguém, mais um alguém que pretende não tão longe daqui, olhar para trás e ver q a vida valeu a pena!
Que dentre as escolhas q tive, posso não ter tido as escolhas certas, mas tive aquelas que melhores foram pra mim!
Quero olhar e dizer q amei com toda a força que pude, todos aqueles q senti vontade e que encontrei o amor que nem uma vida toda dará tempo de se esgotar!
Pretendo ter dado o melhor de mim, principalmente a meus amigos e aqueles que amo irremediavelmente, pretendo ter chorado de soluçar e ter sorrido de doer os dentes!
Quero ter visto coisas, muitas coisas, inúmeras delas, quero ter visto pessoas chegando e partindo!
Quero ter cometido o maior erro da minha vida, e também o melhor acerto!
Quando daqui a algum tempo eu puder sem medo, quero olhar e dizer q fiz não tudo mas grande parte daquilo que pretendia fazer!
Quero ter ouvido palavras doces e amargas como fel, quero ter tido amigos gays, bis e até heteros , muitos deles, para entender os amores sem medidas!
Quero ter lido muito, mas principalmente ter aprendido a ler olhares e sorrisos!
Mas na verdade o que eu quero mesmo é saber que a vida valeu a pena e que nada de muito grave ficou para trás desse caminho!
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
*Estrelas*2008
Valsando a dança das ondas
Valsando a dança da vida
Sem perder a cor...
Sem perder cada uma seu terno valor
a cada uma delas atribuido um fino traço de amor
cada traço uma alegria
e uma dor enfim a cada uma uma vida,
a cada uma uma razao sem fio
ou rima a razão sem rima do amar pela vida!
Valsando a dança da vida
Sem perder a cor...
Sem perder cada uma seu terno valor
a cada uma delas atribuido um fino traço de amor
cada traço uma alegria
e uma dor enfim a cada uma uma vida,
a cada uma uma razao sem fio
ou rima a razão sem rima do amar pela vida!
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Meu coração cessou seu canto- Lara Szenczi
Ontém meu coração cismou em parar de bater...
Parou por segundos, com as palavras q nele estavam entupidas...
Quando ele descobriu que o que era , não mais foi...
E a decisão soou tão alto e doeu tanto, como uma flecha, flecha certeira...
Tive que crescer, que levantar vôo, e deixar te ali, vago e distante...
E assim será agora? Por todas as horas?
E será e iremos cada qual para o seu lado....E logo isso virará poeira...
E do alto da minha janela te vejo indo, como uma pena que carregava toda a minha felicidade...
Só te peço que para mim, por toda a vida guarde para q não morra a parte que lhe cabe em meu coração....
E hoje a musica em meu coração cessou, pois um pedaço dele se vai com a pena que nela carregou um sonho!
Parou por segundos, com as palavras q nele estavam entupidas...
Quando ele descobriu que o que era , não mais foi...
E a decisão soou tão alto e doeu tanto, como uma flecha, flecha certeira...
Tive que crescer, que levantar vôo, e deixar te ali, vago e distante...
E assim será agora? Por todas as horas?
E será e iremos cada qual para o seu lado....E logo isso virará poeira...
E do alto da minha janela te vejo indo, como uma pena que carregava toda a minha felicidade...
Só te peço que para mim, por toda a vida guarde para q não morra a parte que lhe cabe em meu coração....
E hoje a musica em meu coração cessou, pois um pedaço dele se vai com a pena que nela carregou um sonho!
quarta-feira, 22 de julho de 2009
"Não Desejo" (Bandeira-ZECA BALEIRO)

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quantoVida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver
domingo, 5 de julho de 2009
Nostalgia revivida
Não me esqueci, lembro-me tal e qual se fosse ontem! Nada, quem ama ou é amado não esquece assim não! Se eu amei? Não sei eu era tão Jovem... Casei-me anos depois, poucos...
Não tenho porque segurar as lembranças, não não é mais amor não, é só nostalgia... Minha querida, nem sei se foi amor um dia...
Pois bem era domingo, não era sábado, Janeiro, sol, muito sol, e logo logo chuva, e a chuva quem ajudou no primeiro beijo... Não, era beijo de encostar, é, daqueles, bemm demoradinhos!
Bem, mas deixa de perguntar, porque se acabo não respondendo nada e não te ajudando!
Minha neta querida, se soubesse que não será o primeiro nem o último! Falo sim, você acha que paixão acaba, que nada, vai até virar amor, ai te enlaça e petrifica, pro lado bom claro!
Pois como já lhe contei era sábado, Janeiro, dia de sol, seguido de chuva ou era domingo? Era fim de semana, lembro que teu avô até tava lá, ah Arnesto já vivia me pentelhando as idéias...Não foi ele não, menina me escuta!
Então, estávamos todos lá... Eu e tanta gente, era festa na ilha, tudo enfeitado... Ele era de outro lugar, não me lembro, ou era das capital ou de algum lugar mais perto...
Logo, logo começou a chover, nem lembro pra que era a festa, mas era..eu tinha acabado de completar 11 anos, de vestidinho de chita, todo rendado, quando ele viu, riu de mim... Chamou-me de Maria de Chita, pode? O radinho da venda tocava uma música dos bacana, era bonita, mas eu nem entendia nada não...
A chuva era daquelas de verão, gelada, todo mundo correu, eu não vi onde ir, ia molhar todas as minhas bandeirinhas, ai eu entre pra dentro da caverninha perto da venda... o assanhado veio junto, gritando , Mariaa de Chitaaa! Eu me aborreci, dei-lhe aquele tapinha infantil...
Suzana, não to dizendo que eles não merecem um tapinha minha neta....
Claro que não foi pra doer não, nesse embolado parei eu de nariz com o próprio, magrelinho que só, dos cabelos cor de fogo, ai não deu outra no aperta, um beijinho saiu... Sai saltitante, ninguém nunca soube ou viu...Passou todo aquele ano, e ele voltou no outro verão, e no outro e no outro, e um dia não mais veio...e não mais...eu? Casei me no quinto ano que ele não mais veio!
Vi sim querida, muitas vezes, e outras muitas, assim que ele voltou-se lá das europas...Hoje?
Hoje ele ainda vem, todo ano, pra trazer seu amigo Thiago que não veio esse ano,aquele dos cabelinhos de fogo, e se não vier no outro e nem no outro, não faça como sua vó, não se case, nem se esconda...Pegue o caminho, seu telefone e procure-o... Se ele tiver outra, ou você não achá-lo?
Bobagem pelo menos poderá dizer que sua vida valeu a pena e não caiu meio ao vão.
Não tenho porque segurar as lembranças, não não é mais amor não, é só nostalgia... Minha querida, nem sei se foi amor um dia...
Pois bem era domingo, não era sábado, Janeiro, sol, muito sol, e logo logo chuva, e a chuva quem ajudou no primeiro beijo... Não, era beijo de encostar, é, daqueles, bemm demoradinhos!
Bem, mas deixa de perguntar, porque se acabo não respondendo nada e não te ajudando!
Minha neta querida, se soubesse que não será o primeiro nem o último! Falo sim, você acha que paixão acaba, que nada, vai até virar amor, ai te enlaça e petrifica, pro lado bom claro!
Pois como já lhe contei era sábado, Janeiro, dia de sol, seguido de chuva ou era domingo? Era fim de semana, lembro que teu avô até tava lá, ah Arnesto já vivia me pentelhando as idéias...Não foi ele não, menina me escuta!
Então, estávamos todos lá... Eu e tanta gente, era festa na ilha, tudo enfeitado... Ele era de outro lugar, não me lembro, ou era das capital ou de algum lugar mais perto...
Logo, logo começou a chover, nem lembro pra que era a festa, mas era..eu tinha acabado de completar 11 anos, de vestidinho de chita, todo rendado, quando ele viu, riu de mim... Chamou-me de Maria de Chita, pode? O radinho da venda tocava uma música dos bacana, era bonita, mas eu nem entendia nada não...
A chuva era daquelas de verão, gelada, todo mundo correu, eu não vi onde ir, ia molhar todas as minhas bandeirinhas, ai eu entre pra dentro da caverninha perto da venda... o assanhado veio junto, gritando , Mariaa de Chitaaa! Eu me aborreci, dei-lhe aquele tapinha infantil...
Suzana, não to dizendo que eles não merecem um tapinha minha neta....
Claro que não foi pra doer não, nesse embolado parei eu de nariz com o próprio, magrelinho que só, dos cabelos cor de fogo, ai não deu outra no aperta, um beijinho saiu... Sai saltitante, ninguém nunca soube ou viu...Passou todo aquele ano, e ele voltou no outro verão, e no outro e no outro, e um dia não mais veio...e não mais...eu? Casei me no quinto ano que ele não mais veio!
Vi sim querida, muitas vezes, e outras muitas, assim que ele voltou-se lá das europas...Hoje?
Hoje ele ainda vem, todo ano, pra trazer seu amigo Thiago que não veio esse ano,aquele dos cabelinhos de fogo, e se não vier no outro e nem no outro, não faça como sua vó, não se case, nem se esconda...Pegue o caminho, seu telefone e procure-o... Se ele tiver outra, ou você não achá-lo?
Bobagem pelo menos poderá dizer que sua vida valeu a pena e não caiu meio ao vão.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Platônico-Setembro/2007
Platônico...Irreal,Imoral,Insupor-tável...
Poder? Querer? E Porquê?
Porquê Eu? Porquê Você? Porquê Nós?
Quero, não posso...Almejo, não nego!
Não devo, quero, espero, desisto..revolto.
Irreal, Platônico..Ilegal..Moral? Moraalllllllllll!
Raiva? Dor? Profundidade!
Sentir, Te ver,partir,Não..Ter...
Sorrir por dentro..estranho desalento...
Querer-te sempre..Poder nunca!
Olhar distante, seus olhos...Tão seus e meu peito, meu respirar tão meu...
Proibir de sentir? Jamais...
Mergulho em mim! Platônico egoísmo, Meu, Meuuuuuuuu, só meu!
Eu,você,apenas,solitário,eu...vazio.
Amor à La Camões, sobrenatural,contraditório...
Pra mim você, Sem mais...
Nutrição? Devoção!
Amor ateu, regado à devoção...
Para Quê? Para Quando? Sabe lá Zeus!
No querer em fim perder-me , perder-te em mim...MESMA!
Poder? Querer? E Porquê?
Porquê Eu? Porquê Você? Porquê Nós?
Quero, não posso...Almejo, não nego!
Não devo, quero, espero, desisto..revolto.
Irreal, Platônico..Ilegal..Moral? Moraalllllllllll!
Raiva? Dor? Profundidade!
Sentir, Te ver,partir,Não..Ter...
Sorrir por dentro..estranho desalento...
Querer-te sempre..Poder nunca!
Olhar distante, seus olhos...Tão seus e meu peito, meu respirar tão meu...
Proibir de sentir? Jamais...
Mergulho em mim! Platônico egoísmo, Meu, Meuuuuuuuu, só meu!
Eu,você,apenas,solitário,eu...vazio.
Amor à La Camões, sobrenatural,contraditório...
Pra mim você, Sem mais...
Nutrição? Devoção!
Amor ateu, regado à devoção...
Para Quê? Para Quando? Sabe lá Zeus!
No querer em fim perder-me , perder-te em mim...MESMA!
domingo, 21 de junho de 2009
Comtemporaneidade!
Às vezes nos questionamos porque a vida ou alguém nos trata de um jeito ou de outro...
Pensando bem ou você aprende a dominar seus atos ou eles o dominam...
Quando tudo nessa terra se acaba, vale lembrar que a única coisa que daqui se leva é a memória de tudo o que aconteceu, na verdade acho que nós seres humanos deveríamos mais era nos preocupar com a impressão que deixamos par aqueles que vão ficar por aqui, a lei sempre é a de que os mais velhos vão com mais velocidade com os mais novos, mas a regra do que fica vale para todos sem exceção.
Se você chutar um cachorro, naturalmente ele vai te morder, e assim será em todas as épocas coisas assim não se modificam, não somos únicos e insubstituíveis nesse Planeta, devemos parar de ser cegos e acreditarmos logo que é uma mera passagem...
Você pode ser querido, amado, desde que se preze aos mesmos atos com seus semelhantes, às vezes nos questionamos, porque fulano ou siclano não vem me ver? Quando o que devíamos questionar O que tenho ou não oferecido para tal pessoa?
O tempo passa, o amor não morre , mas é congelado, pois ninguém no mundo real é a borboleta do cavalinho que sempre lhe deu coices e ela resolveu se calar e morrer por ele.
Mas, ainda temos chance, ao menos que logo a vida nos tire essa chance, não culpe o outro, avalie a si mesmo, do que tanto reclama, o que te faz ser superior e coisas assim!
Infelizmente ninguém presenteia ninguém com felicidade, mas pode ajudar o outro a construí-la!
Dê menos desculpas pra vida, ela pode achar que você se cansou dela!
Pensando bem ou você aprende a dominar seus atos ou eles o dominam...
Quando tudo nessa terra se acaba, vale lembrar que a única coisa que daqui se leva é a memória de tudo o que aconteceu, na verdade acho que nós seres humanos deveríamos mais era nos preocupar com a impressão que deixamos par aqueles que vão ficar por aqui, a lei sempre é a de que os mais velhos vão com mais velocidade com os mais novos, mas a regra do que fica vale para todos sem exceção.
Se você chutar um cachorro, naturalmente ele vai te morder, e assim será em todas as épocas coisas assim não se modificam, não somos únicos e insubstituíveis nesse Planeta, devemos parar de ser cegos e acreditarmos logo que é uma mera passagem...
Você pode ser querido, amado, desde que se preze aos mesmos atos com seus semelhantes, às vezes nos questionamos, porque fulano ou siclano não vem me ver? Quando o que devíamos questionar O que tenho ou não oferecido para tal pessoa?
O tempo passa, o amor não morre , mas é congelado, pois ninguém no mundo real é a borboleta do cavalinho que sempre lhe deu coices e ela resolveu se calar e morrer por ele.
Mas, ainda temos chance, ao menos que logo a vida nos tire essa chance, não culpe o outro, avalie a si mesmo, do que tanto reclama, o que te faz ser superior e coisas assim!
Infelizmente ninguém presenteia ninguém com felicidade, mas pode ajudar o outro a construí-la!
Dê menos desculpas pra vida, ela pode achar que você se cansou dela!
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Escolhas!
Se eu pudesse escolher sozinha quem seria:
Começaria por me presentear com alma de poeta,
desfazendo-me de medos e receios,
cortando os caminhos da vida acompanhada de palavras.
Trocaria meu coração já adulto,
pelo coração puro e insensao de uma criança,
sem temer ao amor e expressando vontades ao tempo todo.
A meus pés daria alma de aventureiro, percorreria o mundo com eles,
pisando em solos jamais pisados..
As mãos retomariam a leveza de uma dançarina,
que um dia me vi ser!
Para dançar a valsa ao som dos bandolins, saxofones e o que mais música tocar...
Os olhos? Sempre possuiriam o brilho de uma paixão e o brilho do fogo que emana das chamas...
Os ouvidos seriam sincronizados com a boca, nao ouviriam mais do que necessário, ou se necessario fosse, pediriam a boca para calar-se e ficariam em ação em beneficio a um amigo...
O olfato seria como de um lobo, apra buscar sempre os melhores caminhos , mesmo que não sejam os certos...
E por fim , decidiria ser eu mesma, para aprender com tudo que foi e aguardar o que ainda está por vir!
Sofia Szenczi/2008-2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Metal contra as nuvens
Minha paixão pela música vem do fato que em muitos casos, a música fala por nossos sonhos, anseios e pensamentos!
INão sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.
Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.
IIQuase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão...
IIIÉ a verdade o que assombra
O descaso que condena,A estupidez, o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.
IV- Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trásApenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.
INão sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.
Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.
IIQuase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão...
IIIÉ a verdade o que assombra
O descaso que condena,A estupidez, o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.
IV- Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trásApenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.
Mimar Você-Caetano Veloso
Eu te quero só pra mim
Você mora em meu coração
Não me deixe só aqui
esperando mais um verão
Te espero meu bem
Pra gente se amar de novoMimar você
Nas quatro estações
Relembrar
O tempo que passamos juntos
Bem bom viver
Andar de mãos dadas
Na beira da praia
Por esse momento
Eu sempre esperei
*Conclui-se que Caetano dispensa qualquer comentário!*
Você mora em meu coração
Não me deixe só aqui
esperando mais um verão
Te espero meu bem
Pra gente se amar de novoMimar você
Nas quatro estações
Relembrar
O tempo que passamos juntos
Bem bom viver
Andar de mãos dadas
Na beira da praia
Por esse momento
Eu sempre esperei
*Conclui-se que Caetano dispensa qualquer comentário!*
sábado, 30 de maio de 2009
CAMBÖ

Aproximadamente a um mês atrás, um amigo de longa data me veio com uma idéia de que no sábado seguinte eu não poderia perder o CAMBÖ! Que coisa maluca pensei, o que será isso? Por alguns contratempos acabei não indo, e fiquei naquela curiosidade, sabe aquela bem feminina, que é um dom apenas nosso.
Novo Convite, Nova data, a galera antenada só falava no tal do CAMBÖ! Só para explicar o que você deve estar se perguntando, O que é esse tal de CAMBÖ?
Pois Bem, a resposta: CAMBÖ, não é uma coisa só, CAMBÖ é: Samuel Lupião - Bateria, Percussão e Vocal, Rafa Fuca - Baixo, Pandeiro,André Ramos - Guitarra,Dalua - Flauta Transversal, Violão, Viola e Voz e Douglaz Eleutério - Violão, Percussão e Voz...
Explicado? Espero que sim, mas pra mim, foi só mais uma pulguinha colocada atrás da orelha e lá fomos nós pro Espaço Artaud,onde Celebreiros não faltam!
Claro que com tanta curiosidade não estava sozinha, e de repente....CAMBÖ!
Os queixos não foram ao chão pq sabemos que é pura expressão popular!
Um som que contagiava todo mundo, a menininha lá de trás logo gritou, Não Para, com vozinha angelical, achei bárbaro, porém, a nossa atenção estava voltada ao nosso amigo mais recente, o que levamos esperando um susto ou um levantar repentino, e no mais, BÁRBARO!-nosso amigo acrescentou...
E daí foi um embolado de samba,reggae,blues,rock,percussão,ciranda,poesia e o mais, mais do show a espontaneidade desses meninos/homens, cada um no brilhar de sua idade, com uma técnica digna de Hendrix, para não falar da nossa réplica caiçara do mesmo, que você só conhece assistindo!
CAMBÖ...é o princípio, e só pode mesmo ser o príncipio de tudo que ainda vem por aí.
O conforto foi imenso, suspiros e sorrisos, nossa cidade ainda esconde tesouros que a maldição do cunhambebe não atingiu!
Já vi muita música e arte no meu caminho, mas esse show me deixou realmente extasiada, a vontade era pular da cadeira e ocupar os corredores em volta, o que era nítido em todos os pé lá presentes.
A mistura se fez tão bela e homogênea, que natureza, a liberdade e a paixão por tudo que ali apresentavam era contagiante.
Daluá, que a mestra Marilena diz não ser daqui, achamos mesmo não ser, sua voz se iguala a rajadas de vento que adentra nossos ouvidos e nos guia ao espaço sideral, na companhia da doçura de sua flauta,Douglaz Eleutério não fica distante com sua irreverência e espontaneidade,além da voz rasgada à la Chico Science,o Rafael Fuca não deixa por menos no contágio que nos proporciona seu contra-baixo e na euforia com que ginga seu pandeiro,o mais tímido segundo nos foi dito Samuel Lupião, transforma cada toque em sua bateria em melodia e marcação,guiando o contexto da alegre "brincadeira" que contém tanta seriedade que encanta e por fim,André Ramos que conversa tão harmoniosamente com sua guitarra que a mesma dá a impressão de possuir vida própria, esse é o CAMBÖ, mais uma invenção 100% caiçara que veio para abalar a estrutura e criar um novo conceito musical na Terra que diferente do que muitos pensam, tem solo fértil para se plantar aquilo que se é regado com determinação e muito talento!
Parabéns pela iniciativa!
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Pesquisa Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento-Operação Ubatuba
Em 1965, com o intuito de trazer novos saberes aos moradores do município de Ubatuba, surge a idéia de realizar a Operação Ubatuba, onde intelectuais da época decidiram com o apoio de diversas instituições, montar acampamentos em bairros estratégicos do município para contribuir com a socialização dos moradores de bairros de difícil acesso. No município os idealizadores contaram com o apoio do prefeito da época, Ciccillo Matarazzo, que embora tenha recebido o veto da câmara municipal por motivos financeiros, persistiu com a idéia de apoiar e realizar tal operação. A Operação realizou-se em bairros retirados e de difícil acesso, onde os estudantes convidados para alfabetizar os “caiçaras” chegavam de canoa ou por trilhas. Durante a pesquisa usamos entrevistas com moradores locais e sujeitos influentes da época, leitura e fichamento de livros ligados ao assunto e jornais que continham noticias da Operação. Com as entrevistas podemos constatar que tal fato, pode ser visto de dois olhares distintos: de um lado uma sociedade caiçara, considerada precária, porém dotada de sua própria inteligência, vivendo em suas vilas e bairros, em um contexto socialista, vivendo à base de troca de mercadorias, explorando apenas o suficiente para a sobrevivência de si mesmo e seus familiares. De outro, estudantes e intelectuais, vindos da maior cidade do país, São Paulo, com o intuito de trazer a razão a um povo, considerado por eles “à margem da sociedade”. Descobrem-se então necessidades distintas, no momento em que povos diferentes passam a conviver juntos, conta-se até que a emoção muitas vezes tomava conta dos estudantes que vieram para dar auxilio aos caiçaras, quando esse povo da terra, tendo perdido as esperanças de ter acesso ao conhecimento culto, se deparava com tal oportunidade batendo à sua porta. Tal Operação, mostra-se não tratar apenas de mais um feito de Ciccillo Matarazzo, “O Mecenas”, e sim uma teia de realizações e acontecimentos, envolvendo nada mais , nada menos que as mais complexas criaturas, as da raça humana, cada uma com sua cultura, e seus valores, juntando, separando e trocando, para que fosse então alcançada pelos caiçaras uma forma mais digna de pertencer ao sociedade. Entre os moradores do município, inclusive os mais influentes, tal acontecimento levaria a “Civilização” para os cantos mais afastados, civilização que viria da forma mais simples, dando visão a um caiçara através dos óculos e dignidade ao pescador, quando o mesmo, aprendeu a ler, segundo ele: Para não mais ser enganado.
Introdução/Revisão da Literatura
Os pés calços na areia
Pegadas nas perpetuas ondas que
Arfando e rangendo e chiando
Vislumbram irem adiante,
Corroendo pedras e cavando montanhas.
As raízes nos mangues lodos e
As flores nos paus macios.
Canivetes criando os santos
Mudos em seus mundos planos e olhares frios
-mesinhas com paninhos de borda rendada-
As chamas e os ventos, as velas e os remos.
Lá vão todos para nunca mais...
Restaram as chuvas e
Suas gotas no fim do telhado e
Seus buracos feitos no chão.
Já não há silencio!
Como as noites velando mães pretas,
Como os nós nos dedos enlaçados.
E nem há amores, com a doçura das santas D´ores!
Como a palavra dita e bem dita, e até não dita,
Do pobre homem.
E as crianças, arrelá!
Quem dera meu Deus,
Exista uma apenas, apenas uma que do pé de condessa
Caia e sare!
Cruzando facas ou casando-se-diziam sarar-,
Mas já não há!
(Bado Todão)
O poema acima elucida o povo encontrado no município de Ubatuba sob o olhar de um caiçara poético, para os idealizadores da Operação, o que tínhamos era um povo carente de instrução. Segundo Fiovo Frediani, um dos entrevistados e vereador na gestão de Ciccillo: Os participantes da Operação, foram como pais para os caiçaras, ensinaram a eles coisas que a muitas gerações eles haviam deixado de lado, noções de higiene, por exemplo, além disso, muitos deixaram de morrer, devido ao fato de usarem apenas ervas medicinais para a cura, e após isso tinham respaldo cientifico para o uso de remédios e até conhecimento para cruzar trilhas e mar, para chegar ao centro do município, buscando ajuda a um doente.
Embora o Golpe Militar tenha acontecido meses antes do inicio da Operação, que durou de janeiro a fevereiro de 1965, nada afetou no município, segundo contam os entrevistados, o mínimo que trouxe ao município foi ordem, pois os poucos que moravam no centro de Ubatuba e possuíam radio ou TV, tinham receio do que ouviam.
O contexto político era de “altos e baixos”, a Câmara Municipal apenas se deu conta do desenvolvimento que Ciccillo buscava, quase ao fim de seu mandato, a Operação, por exemplo, foi vetada por falta de verba, o Legislativo, não discordava da realização, porém para eles, o patrocínio deveria vir do Governo do Estado, instituições e mesmo do privado, e realmente foi o que ocorreu, tanto que a “Fotoptica” mandou de São Paulo, óculos gratuitos aos caiçaras.
Ubatuba, na época, era considerada ainda um município em desenvolvimento, a luz ainda estava chegando, as escolas eram poucas, e em sua gestão Ciccillo construiu a maior que existe até os dias atuais e hoje pertence aos Estado, o Colégio Capitão Deolindo de Oliveira Santos, localizado ao Centro da Cidade.
Como as idéias para alfabetizar, vinham do universo dos moradores locais, em relatos, descata-se uma jovem professora que não contem a emoção ao ensinar uma senhora a escrever a palavra “panela”, a prova de que eles trouxeram desenvolvimento, ficou claramente estampada no rosto de cada um dos 300 alfabetizados. Segundo a maioria deles, a emoção tomava conta do momento, era um passo para deixar os bairros mais afastados e ir atrás de um futuro mais digno, tanto que após a Operação, muitos caiçaras venderam suas casas e mudaram-se para o centro do município. Prova de tal fato, é hoje a existência da “Ilha dos Pescadores”, localizada no centro do município, onde o meio de subsistência é a pesca e perto de casa no chamado “Mercado de Peixe”, eles podem vender sua mercadoria.
Releva-se o fato de que, quem na verdade veio apenas para ensinar, pôde aprender com o caiçara, traços de sua cultura, sua musica, dança e costumes.
Material e Métodos
Os métodos utilizados partiram do principio das pesquisas de campo, com entrevistas, visitas aos bairros, consultas ao banco de dados do Jornal Folha de São Paulo, alem da averiguação, de possíveis exemplares de jornais locais do município de Ubatuba, no período em que a Operação realizou-se, e também leitura e fichamentos de livros recomendados pelo orientador.
Como material, alem dos livros, utilizou-se gravadores para o registro das entrevistas e maquina fotográfica para o registro das mesmas. Do banco de dados da Folha de São Paulo, obteve-se cinco exemplares do jornal, que continham informações sobre a Operação Ubatuba, do começo ao fim da mesma. Poucas informações puderam ser colhidas nos bairros e os jornais locais ainda não puderam ser localizados, pois o município não possui um acervo com os exemplares.
Resultados
Durante a pesquisa pôde-se contar a muitos moradores e relembrar aos que vivenciaram o contexto sócio-político em questão, resgatando juntamente a tais memórias a cultura caiçara, com seu modo único de vida, tendo como resultado parcial o resgate de um acontecimento adormecido e encoberto pela areia de bege espalhada ao longo das praias, que tem a dança dominada pelo tempo. Houve também, de certo modo, uma mobilização entre caiçaras e agregados, caiçaras por consideração e vivencia, para entre si resgatar em memória o contexto em que a Operação se realizou de fato que as idéias mais interessantes, foram aquelas que possuíam mais idade, tais idéias vieram de ilustres idosos do município, e despertaram também a curiosidade e interesse dos mais novos que a pouco chegaram.
Discussão
Se de inicio o interesse era pelas belas paisagens existentes nos bairros onde a Operação ocorreu, durante os dois meses que aqui passaram os estudantes e idealizadores, encantaram-se pelos moradores e sua cultura. De certo modo questões políticas envolviam o acontecimento, mas algo “mágico” envolvia a Operação, infelizmente a mesma durou apenas dois meses, sem continuação, o que para muitos a mostrou ineficaz, alegando que depois que foram embora muitos voltaram à vida de antes e desaprenderam a ler porem a maioria, mostrou plena satisfação, pois aprendeu a ler e lidar com números. De forma alguma, como era citado, os caiçaras estavam à beira da sociedade, pois tudo isso envolvia o próprio processo de desenvolvimento do município de Ubatuba, o povo residente no município não se diferenciava dos de inúmeras vilas caiçaras ao longo do país, apenas tinha seu modo próprio de fala, como trocar “coitado”, por exemplo, por “arrelá” e ainda possuir fortes traços do português lusitano, misturando expressões indígenas, e se o povo do município, mesmo que em bairros afastados estava à margem da sociedade, Ubatuba, mesmo com Ciccillo o acompanhava, portanto, o que se pode afirmar era que como o município de Ubatuba, o caiçara estava em processo de desenvolvimento, o que de forma benéfica pôde ser acelerado, se não auxiliado, pelos participantes da Operação Ubatuba.
Segundo os vereadores entrevistados, que estiveram na gestão de Ciccillo, infelizmente tal Operação apenas aconteceu, deixou apenas marcas naqueles que dela participaram, porém, no município nada ficou documentado, e ao fim o único registro foram as matérias no Jornal: Folha de São Paulo, e embora possua sua eficácia não mais se ouviu falar em tal Operação. O que de certo modo perdurou foi a adoração dos paulistas para com o município e suas praias, muitos que aqui estiveram com certeza voltaram, Ewaldo Dantas e Alzira Teixeira, idealizadores, possuem imóveis e seus filhos residem no município.
Conclusão
Infelizmente, a Operação durou apenas o tempo previsto, pois segundo consta no Jornal:Folha de São Paulo, era apenas uma experiência piloto, que tinha como objetivo conter o subdesenvolvimento, tendo a educação como arma. Durante as pesquisas de campo, podemos constatar, que muitos ainda vivem em bairros afastados, o que de certo modo não acontece apenas no municipio de Ubatuba.
A Operação mostrou que grandes mudanças devem vir de forma “serena”, respeitando o eu de cada sujeito, exaltando cada cultura e mesclando-as, a fim de dar oportunidades, se não, possibilidades da existência de um tipo de igualdade entre os seres humanos, complexos, porém, dotados de emoção e razão, sentimentos que andam próximos, ou até mesmo, um ao lado do outro, esperando que seu companheiro lhe seda o espaço.
Introdução/Revisão da Literatura
Os pés calços na areia
Pegadas nas perpetuas ondas que
Arfando e rangendo e chiando
Vislumbram irem adiante,
Corroendo pedras e cavando montanhas.
As raízes nos mangues lodos e
As flores nos paus macios.
Canivetes criando os santos
Mudos em seus mundos planos e olhares frios
-mesinhas com paninhos de borda rendada-
As chamas e os ventos, as velas e os remos.
Lá vão todos para nunca mais...
Restaram as chuvas e
Suas gotas no fim do telhado e
Seus buracos feitos no chão.
Já não há silencio!
Como as noites velando mães pretas,
Como os nós nos dedos enlaçados.
E nem há amores, com a doçura das santas D´ores!
Como a palavra dita e bem dita, e até não dita,
Do pobre homem.
E as crianças, arrelá!
Quem dera meu Deus,
Exista uma apenas, apenas uma que do pé de condessa
Caia e sare!
Cruzando facas ou casando-se-diziam sarar-,
Mas já não há!
(Bado Todão)
O poema acima elucida o povo encontrado no município de Ubatuba sob o olhar de um caiçara poético, para os idealizadores da Operação, o que tínhamos era um povo carente de instrução. Segundo Fiovo Frediani, um dos entrevistados e vereador na gestão de Ciccillo: Os participantes da Operação, foram como pais para os caiçaras, ensinaram a eles coisas que a muitas gerações eles haviam deixado de lado, noções de higiene, por exemplo, além disso, muitos deixaram de morrer, devido ao fato de usarem apenas ervas medicinais para a cura, e após isso tinham respaldo cientifico para o uso de remédios e até conhecimento para cruzar trilhas e mar, para chegar ao centro do município, buscando ajuda a um doente.
Embora o Golpe Militar tenha acontecido meses antes do inicio da Operação, que durou de janeiro a fevereiro de 1965, nada afetou no município, segundo contam os entrevistados, o mínimo que trouxe ao município foi ordem, pois os poucos que moravam no centro de Ubatuba e possuíam radio ou TV, tinham receio do que ouviam.
O contexto político era de “altos e baixos”, a Câmara Municipal apenas se deu conta do desenvolvimento que Ciccillo buscava, quase ao fim de seu mandato, a Operação, por exemplo, foi vetada por falta de verba, o Legislativo, não discordava da realização, porém para eles, o patrocínio deveria vir do Governo do Estado, instituições e mesmo do privado, e realmente foi o que ocorreu, tanto que a “Fotoptica” mandou de São Paulo, óculos gratuitos aos caiçaras.
Ubatuba, na época, era considerada ainda um município em desenvolvimento, a luz ainda estava chegando, as escolas eram poucas, e em sua gestão Ciccillo construiu a maior que existe até os dias atuais e hoje pertence aos Estado, o Colégio Capitão Deolindo de Oliveira Santos, localizado ao Centro da Cidade.
Como as idéias para alfabetizar, vinham do universo dos moradores locais, em relatos, descata-se uma jovem professora que não contem a emoção ao ensinar uma senhora a escrever a palavra “panela”, a prova de que eles trouxeram desenvolvimento, ficou claramente estampada no rosto de cada um dos 300 alfabetizados. Segundo a maioria deles, a emoção tomava conta do momento, era um passo para deixar os bairros mais afastados e ir atrás de um futuro mais digno, tanto que após a Operação, muitos caiçaras venderam suas casas e mudaram-se para o centro do município. Prova de tal fato, é hoje a existência da “Ilha dos Pescadores”, localizada no centro do município, onde o meio de subsistência é a pesca e perto de casa no chamado “Mercado de Peixe”, eles podem vender sua mercadoria.
Releva-se o fato de que, quem na verdade veio apenas para ensinar, pôde aprender com o caiçara, traços de sua cultura, sua musica, dança e costumes.
Material e Métodos
Os métodos utilizados partiram do principio das pesquisas de campo, com entrevistas, visitas aos bairros, consultas ao banco de dados do Jornal Folha de São Paulo, alem da averiguação, de possíveis exemplares de jornais locais do município de Ubatuba, no período em que a Operação realizou-se, e também leitura e fichamentos de livros recomendados pelo orientador.
Como material, alem dos livros, utilizou-se gravadores para o registro das entrevistas e maquina fotográfica para o registro das mesmas. Do banco de dados da Folha de São Paulo, obteve-se cinco exemplares do jornal, que continham informações sobre a Operação Ubatuba, do começo ao fim da mesma. Poucas informações puderam ser colhidas nos bairros e os jornais locais ainda não puderam ser localizados, pois o município não possui um acervo com os exemplares.
Resultados
Durante a pesquisa pôde-se contar a muitos moradores e relembrar aos que vivenciaram o contexto sócio-político em questão, resgatando juntamente a tais memórias a cultura caiçara, com seu modo único de vida, tendo como resultado parcial o resgate de um acontecimento adormecido e encoberto pela areia de bege espalhada ao longo das praias, que tem a dança dominada pelo tempo. Houve também, de certo modo, uma mobilização entre caiçaras e agregados, caiçaras por consideração e vivencia, para entre si resgatar em memória o contexto em que a Operação se realizou de fato que as idéias mais interessantes, foram aquelas que possuíam mais idade, tais idéias vieram de ilustres idosos do município, e despertaram também a curiosidade e interesse dos mais novos que a pouco chegaram.
Discussão
Se de inicio o interesse era pelas belas paisagens existentes nos bairros onde a Operação ocorreu, durante os dois meses que aqui passaram os estudantes e idealizadores, encantaram-se pelos moradores e sua cultura. De certo modo questões políticas envolviam o acontecimento, mas algo “mágico” envolvia a Operação, infelizmente a mesma durou apenas dois meses, sem continuação, o que para muitos a mostrou ineficaz, alegando que depois que foram embora muitos voltaram à vida de antes e desaprenderam a ler porem a maioria, mostrou plena satisfação, pois aprendeu a ler e lidar com números. De forma alguma, como era citado, os caiçaras estavam à beira da sociedade, pois tudo isso envolvia o próprio processo de desenvolvimento do município de Ubatuba, o povo residente no município não se diferenciava dos de inúmeras vilas caiçaras ao longo do país, apenas tinha seu modo próprio de fala, como trocar “coitado”, por exemplo, por “arrelá” e ainda possuir fortes traços do português lusitano, misturando expressões indígenas, e se o povo do município, mesmo que em bairros afastados estava à margem da sociedade, Ubatuba, mesmo com Ciccillo o acompanhava, portanto, o que se pode afirmar era que como o município de Ubatuba, o caiçara estava em processo de desenvolvimento, o que de forma benéfica pôde ser acelerado, se não auxiliado, pelos participantes da Operação Ubatuba.
Segundo os vereadores entrevistados, que estiveram na gestão de Ciccillo, infelizmente tal Operação apenas aconteceu, deixou apenas marcas naqueles que dela participaram, porém, no município nada ficou documentado, e ao fim o único registro foram as matérias no Jornal: Folha de São Paulo, e embora possua sua eficácia não mais se ouviu falar em tal Operação. O que de certo modo perdurou foi a adoração dos paulistas para com o município e suas praias, muitos que aqui estiveram com certeza voltaram, Ewaldo Dantas e Alzira Teixeira, idealizadores, possuem imóveis e seus filhos residem no município.
Conclusão
Infelizmente, a Operação durou apenas o tempo previsto, pois segundo consta no Jornal:Folha de São Paulo, era apenas uma experiência piloto, que tinha como objetivo conter o subdesenvolvimento, tendo a educação como arma. Durante as pesquisas de campo, podemos constatar, que muitos ainda vivem em bairros afastados, o que de certo modo não acontece apenas no municipio de Ubatuba.
A Operação mostrou que grandes mudanças devem vir de forma “serena”, respeitando o eu de cada sujeito, exaltando cada cultura e mesclando-as, a fim de dar oportunidades, se não, possibilidades da existência de um tipo de igualdade entre os seres humanos, complexos, porém, dotados de emoção e razão, sentimentos que andam próximos, ou até mesmo, um ao lado do outro, esperando que seu companheiro lhe seda o espaço.
Análise Semiótica: Metade -Oswaldo Montenegro
Analisar a poesia Metade de Oswaldo Montenegro, envolve conceitos mil, nesta tarefa busquei traduzir cada estrofe, cada trecho, para quem sabe melhor entendê-la.
Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
(Em muitos momentos de nossa vida,no cotidiano ou em situações novas, deixamos muitas vezes de continuar e de buscar aquilo que temos por anseio,pela força do medo que temos, pelo tanto de covardia que possuímos.O remedio? ARRISCAR! )
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
(Certa vez ouvi dizer que devemos temer não o barulho dos maus, e sim o silêncio dos bons, portanto, neste sentido creio temer que a bondade em que acreditamos e a justiça pela qual vivemos,seja morta pelo tampão que nos dão no ímpeto de dominar as opiniões e idéias.)
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
(É este o silêncio que amedronta!)
Que a música que ouço ao longe seja linda, ainda que triste.Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
(Esse trecho é uns do que mais admiro, senão aquele que mais acho digno de admiração, nele o autor conclui o quanto a vida é feita de momentos, momentos saudosistas, momento construidos de tempo em tempo, sendo assim,o humano em sua essência constitui-se do que foi e do que será!)
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
(Em determinados momentos de nossas vidas, constatamos que muitos nos ouvem, com tal admiração e se acham incapazes de toda e qualquer opinião, portanto ao longo de meu caminho,conclui e passo a diante o fato de preferir uma crítica, que dará vida a novas premissas, do que ser dona da razão, e fazer com que repitam, copiando a mim, revivendo coisas que não pretendo reviver!)
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
(Sábio é aquele que sabe se defender, mas mais sábio é aquele que guarda os tijolos e constrói seu castelo interno!)
Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
(Quantas vezes pensamos em ir, deixando tudo para trás, sem pretenção de olhar para aquilo que se construi, para aquilo que já está acontecendo, e em outras situações quando voos pretendemos alçar e muitas vezes não possuimos asas, porém, como tudo nessa vida se ainda não as possuimos, vale buscá-las, se não asas, pés no chão para que aqui onde estás, tudo se realize!)
que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
(A tensão que nos corrói é de certo modo a linha tênue, entre a razão e a emoção, entre o querer e o poder, o poder e todo o seu querer, se metade nossa é o que pensamos, é simplesmente porque a outra metade é o vulcão que não podemos deixar entrar em erupção, muito menos deixá-lo secar!)
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
(Não pode-se falar em solidão quando ama-se a si mesmo, quem não suporta a si mesmo, tão pouco terá as minimas condições para amar o outro!)
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembrode ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que já fui, a outra metade eu não sei...
(Novamente o autor retoma um conceito de lembrança, que busca algo que ele inconscientemente já foi, portanto deve-se considerar que o que se foi é o que o torna: SER, ser aquilo que ainda não se sabe ser.)
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
(Trecho que em minha opinião, menos é digno de uma opinião, tão nítido e por menor que seja tão completo, e de certo modo tão simples.)
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
(Nada mais constante e significativo do que um olhar, seja de quem for, ao menos que haja cumplicidade!)
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
(A afirmação mais simples e mais complexa, fazendo-se assim a mais incoerente, o cansaço faz com que a sociedade, se envolva em seu próprio casulo, colocando-se dentro de si mesmo, sem olhar em volta. Já andou de mêtro em São Paulo?)
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba,e que ninguém a tente complicar, porque é preciso simplicidadepara fazê-la florescer.Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
(Tão fácil e belo entender a arte, para aqueles que não tentar complicar a ação da vida, o curso natural das coisas, vemos atualmente a alienação para com a indústri cultural, talvez devemos entender que Big Brothe não é o mesmo que arte! E que a metade nossa que se figura em canção, seja ao menos de bom gosto!)
E que minha loucura seja perdoada.
(Toda loucura é um tanto sensata e toda sensatez se atribui um tanto a loucura!)
Porque metade de mim é amor e a outra metade...Também.
(A Frase final, nos mostra um ser inundado de sentimento, sentimento escasso na sociedade atual, porém vivido e revivido diariamente, todo nós, por mais que não queíramos, somos constituidos em amor, amor que pode talvez ser transfigurado em recentimento ou dor, mas no mais é apenas amor.)
Oswaldo Montenegro
Análise: Sofia Szenczi
terça-feira, 26 de maio de 2009
A Marselhesa Brasileira

A “Marselhesa brasileira” era a musica de Geraldo Vandré, proibida pela censura, mas quem proíbe aquilo que invade a mente e o coração?
Os jovens caminhavam e cantavam, seguindo o ritmo da mudança, buscando a igualdade mesmo que seus braços estejam juntos, ou não. Em todos os lugares, suportando as dores, os desaparecimento, com a arte, a musica que estancava um pouco essa dor. Chamavam uns aos outros, na busca pelo saber, fazendo ou mesmo tentando fazer a hora da mudança, não esperando que isso tudo, do nada acontecesse. Viam ainda as flores que podiam encontrar, tendo-as como um sopro de esperança, esperança de usá-las como armas, vencendo os grandes canhões, as chuvas de tiro, fazendo a própria hora, o próprio momento. Convivendo em todos os momentos com soldados armados, ensinados a morrer pela pátria com uma vida sem razão, matar sem razão, torturar sem razão, e eles esperavam, esperavam aquilo o que os jovens buscavam. Calados! Calados! Que fiquem calados, ou que nos de sua própria vida, assim era a ditadura, mas a certeza do futuro, com a historia nas mãos, aprendendo pela dor e ensinando pelo amor, pela luta, uma luta limpa, uma luta ideológica, pois como dizia Victor Hugo: “Podemos resistir à invasão de exércitos, mas não à invasão de idéias”.
“Nós estávamos dispostos a morrer, e morremos”
(César Queirós Benjamin, Cesinha apud VENTURA, 1989, p.43).
Os jovens caminhavam e cantavam, seguindo o ritmo da mudança, buscando a igualdade mesmo que seus braços estejam juntos, ou não. Em todos os lugares, suportando as dores, os desaparecimento, com a arte, a musica que estancava um pouco essa dor. Chamavam uns aos outros, na busca pelo saber, fazendo ou mesmo tentando fazer a hora da mudança, não esperando que isso tudo, do nada acontecesse. Viam ainda as flores que podiam encontrar, tendo-as como um sopro de esperança, esperança de usá-las como armas, vencendo os grandes canhões, as chuvas de tiro, fazendo a própria hora, o próprio momento. Convivendo em todos os momentos com soldados armados, ensinados a morrer pela pátria com uma vida sem razão, matar sem razão, torturar sem razão, e eles esperavam, esperavam aquilo o que os jovens buscavam. Calados! Calados! Que fiquem calados, ou que nos de sua própria vida, assim era a ditadura, mas a certeza do futuro, com a historia nas mãos, aprendendo pela dor e ensinando pelo amor, pela luta, uma luta limpa, uma luta ideológica, pois como dizia Victor Hugo: “Podemos resistir à invasão de exércitos, mas não à invasão de idéias”.
“Nós estávamos dispostos a morrer, e morremos”
(César Queirós Benjamin, Cesinha apud VENTURA, 1989, p.43).
Assinar:
Postagens (Atom)